sábado, 30 de setembro de 2017

Metro de pilinhas

Note-se que, apesar do propósito do Metrinho de Pilinhas ser à partida desvendado pelo seu próprio nome, o verdadeiro objetivo é bem mais significativo para a humanidade!
Vivemos num mundo em que a competição reina, é um facto, pelo menos para a maioria.
Compete-se por desporto, e sendo competição saudável, bem digo eu.
Mas também se compete por outras coisas... desde o mundo da moda, onde se quer mostrar o mais extravagante, tecnologia com as últimas inovações, políticos a competir pelo maior nariz de Pinóquio e até temos os records do Guiness.
E se leram até aqui, provavelmente estão a pensar “Mas afinal, que tem isto a haver com o Metro de pilinhas”? Pois bem, a questão é lógica e muito simples, senão vejamos... Em todas as competições se determinam vencedores através de medições mais ou menos objetivas.
Agora, e sem dramatismo, a parte realmente importante... Já pensaram como se decidem as ações que potencialmente determinam o futuro da humanidade?
Pois, é mesmo por medições, na maioria dos casos de votos contra ou a favor de 1 proposta, às vezes com número de mortos e feridos...
E também temos as situações que não podem ser definidas por medições, aceitáveis perante uma sociedade dita educada e pensadora. Dois exemplos:
  • Em campanha eleitoral, qual o político com o maior nariz de Pinóquio
  • Num grupo de pessoas com o dedo no gatilho de armas nucleares, o mais retardado mental é aquele que a dispara ou aquele que provoca quem a dispara
Todas, ou quase todas estas situações se resolveriam se, cada homem, e primando pela igualdade de géneros, cada mulher também, tivesse um metrinho. Este metrinho entrava ao serviço sempre que dois homens iniciassem um debate e consecutiva competição pela razão e/ou vitória entre si e consequentemente influenciassem outros.
Visualizem a cena na vossa mente para que percebam bem a complexidade da situação.
Imaginem o civismo... dois indivíduos iniciam um debate com carisma de competição aguerrida sobre a origem da formiga de olhos azuis.
De imediato um aponta a Alemanha como berço de supremacia simpática e portanto terra Natal da formiguinha, enquanto outro, após longa reunião com a Alice (do País das maravilhas), refere um cogumelo com bolinhas amarelas ao pé do liceu como a casa da dita formiga!
No calor da discussão começam as ameaças de espilros, inicialmente com um coçar de nariz, até que iniciam uma troca de fluidos à distância. Ora, claro que os germes ficam no ar muito depois das duas bestas se irem embora abraçadinhos.
Sabe-se hoje que existem pessoas com o cérebro diretamente ligado aos intestinos e naturalmente, em cada solução encontram muitos problemas... Próximos problemas de Portugal seria qual a entidade:
  • Qual a entidade reguladora do metrinho?
  • Qual a unidade d medida do metrinho?
  • Qual a cor do metrinho (azul, rosa, amarelo ou arco-íris)?
  • Qual a forma do metrinho (fita métrica, paralelepípedo, cilíndrico ou banana)
O Homem é inteligente, a massa é acéfala.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Quando Não se Trabalha #1


A expressão: “Algo existe porque foi criado.” Faz sentido?

Será uma ideia que nós, seres humanos, enraizamos porque nada aparece sem que alguém o idealize e construa primeiro? Obviamente que sim. Mas sejamos lógicos. Não temos a capacidade de criar algo material, apenas de o transformar. O mesmo se aplica à energia. Isto nos diz a ciência, e para alguém que não tem fé, a ciência é uma fonte de respostas. Mas esta terá sempre um enorme defeito, nunca estará perfeita, existirão sempre perguntas às quais serão preciso dar uma resposta. E apesar de já existirem muitas respostas de como as coisas funcionam, ainda não fazemos a mínima como é construído o “motor” do universo, apenas como funciona. Trocamos umas peças aqui, outras ali e obtemos resultados que por vezes são expectáveis, e outras completamente ao lado. Mas é este processo que nos trouxe onde estamos, este processo de tentativa e falha. A isto chamamos ciência, e quando comprovado, factos científicos.

No entanto existe algo mais profundo, invisível, que ainda ninguém sabe como funciona.

Em mecânica quântica foi comprovado o que Einstein chamava de “spooky action at a distance”. Isto é um exemplo deste nível incompreendido. Esta teoria defende que existe uma conexão entre partículas em que, quando uma é manipulada, a outra, independentemente da distância, também reage a essa manipulação. Isto foi recentemente comprovado cientificamente realizando um teste através do espaço. Mas que ligação é esta? Será possível que nasça de algum tipo de “consciência” cósmica, algo que pode nem ser inteligente pelas nossas directrizes, mas que tem a capacidade de conectar as diferentes peças do puzzle que é o cosmos? A verdade é que existe algo e conectou duas “entidades” através do espaço. Não seria curioso se esta básica e simples conexão seja algo parecido como quando as pessoas se conectam entre si? Como o sentimento de amor, ninguém o  consegue medir, ninguém o consegue ver, mas tal como as partículas, é possível a sua observação através da manifestação de ações/reações. A única coisa que sabemos, ou neste caso sentimos, é que ele está lá. Mas nunca ninguém o comprovou cientificamente.

Sempre renunciei as religiões, sempre achei que era tudo demasiado pomposo, arrogante e falso. Em criança não se pensa, não se analisa, e muitos são obrigados a entrar pelo mundo das religiões e a aceitar que aquela é a verdade absoluta. Uns instintivamente rejeitam e outros aceitam. Mas agora, como alguém que tenta pensar, algo me diz que há algo superior, algo após a morte. E não são as religiões que me vão responder a estas perguntas.

Portanto, se não acredito em religião e a ciência não tem ainda respostas, de onde vem a consciência? Não acredito que a nossa consciência tenha nascido apenas de uma evolução biológica, de ligações e impulsos elétricos dentro do cérebro. Prefiro a possibilidade de que o cérebro evoluiu de modo a captar a minha consciência “cósmica”, tal como um rádio capta e transmite o seu sinal, os nossos corpos são meros transmissores de algo, de uma consciência única e que corresponde diretamente a nós. Já éramos antes de ser, e vamos continuar a ser depois de ir. Apenas transitamos entre diferentes estados de existência, nunca perdendo o nosso “Eu”, a nossa identidade.

Isto leva-me a outra e importante pergunta. Se já existíamos antes e continuaremos a existir depois, o que transita desta vida para a “outra vida”?  Desde bebés que é possível ver que a pessoa que ali cresce vai ter certos traços de personalidade. Tendo desde alguns meses até alguns anos, e, não tendo ainda a inteligência de tomar decisões complexas, estas reagem a certos estímulos de uma maneira ou outra. Toda a gente nasce predisposta a uma série de sentimentos, que causam reações, aos estímulos apresentados de acordo com os seus sentimentos predominantes. Medo, Felicidade, Raiva, etc…
E se nascemos com eles, será possível que estes sentimentos, na sua forma mais básica, seja uma manifestação de algum tipo de uma consciência “cósmica”? Pressupondo que é possível, então sim, trazemos algo da “outra vida”, algo que foi previamente moldado por antigas experiências e que nos deixou naquele, “estado de espírito”, gravado na nossa consciência cósmica.
Quando morremos é exactamente isto que levamos de cá, o nosso “estado de espírito” gravado na nossa consciência cósmica, moldado novamente pelas experiências que vivemos. E em cada renascimento, uma oportunidade de a melhorar para que, quando morrermos, estejamos em paz.

Acredito que nunca perdemos os nossos “Eus”, e ao ficar num diferente estado de existência, não vejo razão para que não seja possível que não se reconheça o que outrora foi chegado a nós, apesar de tudo existe um “Eu”, logo, existe “Outro”. E no vazio do cosmos, onde tudo se interliga e onde tudo é um, volta-se a encontrar o que outrora amamos ou odiamos. Mesmo sem lembrança do que foi físico e palpável, a ligação sentimental encontra-se lá, como as duas partículas conectadas através de uma invisível, intocável e imensurável conexão.

O certo é a infinidade do universo em tempo, matéria e em energia. Portanto, existe alguma razão para que tudo o que disse até agora possa não fazer sentido? Será que ninguém criou o universo, mas que este simplesmente existe? Uma possibilidade que as nossas mentes, limitadas pela vida terrestre, não consegue verdadeiramente perceber, e que, caso seja verdade, valida tudo o que até agora disse, pois possibilita que nós, as nossas entidades e os nossos “Eus” sejam também eles infinitos. E que boa ideia esta é.

E será que existe algo superior? Uma entidade a quem as religiões chamam “Deus”? Também acredito que sim, mas fica para outra altura.

sábado, 25 de março de 2017

Justiça em Portugal #Assaltos




Imaginem-se em casa, sossegados a dormir em casa após um dia cansativo de trabalho, a descansar para o dia seguinte. Afinal de contas, há responsabilidades a pagar. São 3, 4 da manhã e acordam com um barulho dentro de casa. Levantam-se, agarram o taco de basebol (ou arma) que têm ao lado da cama, dirigem-se silenciosamente para a divisão de onde vem o barulho, ligam a luz e dão de caras com um assaltante. A primeira reacção é imobilizar o intruso para que possam chamar a policia. Nesta tentativa, utilizando o taco ou a arma, ferem gravemente o assaltante. Tiveram um azar e acertaram num sitio vital. O assaltante precisa agora de ser hospitalizado durante meses, ou num caso mais infeliz, morre.

O que acontece?
Quem vai acabar com pena e/ou multas, indemnizações e dores de cabeças é a pessoa que estava sossegada a dormir na cama.

Porquê?
Simples. O facto de terem um objecto como um taco, uma arma, uma faca e etc.., ao lado da cama, mostra aos juízes que esta pessoa já tinha planeado o acto. O que constitui crime! O básico pensamento de: “Vou por a arma na mesinha de cabeceira, se entra aqui em casa um cabrão para roubar, violar ou matar, sei lá, dou-lhe logo um tiro, a dormir estou indefeso.”, bem meus amigos, isto é crime.

Mas que raio de justiça e/ou moralidade é esta? Isto não cabe na cabeça de ninguém.
Todas as pessoas, mas todas, deveriam ter algo com que se defender ao lado da cama, na sala, na cozinha, fodasse, em todos os cantos da casa. Quem deu permissão para o assaltante entrar numa propriedade que não a dele? Pior, permissão para entrar já com intenções duvidosas? Pelos vistos, o Estado Português. Dá permissão para que pessoas com filhos em casa, ou com valores de uma vida de trabalho, não se possam defender devidamente!
A nossa casa é provavelmente o único sitio em todo o mundo onde nos sentimos com a total privacidade, um sítio para descansar, é, no final de contas, a nossa própria casa!

E tristemente é abismal a quantidade de ladrões que apanham penas suspensas e/ou têm as penas reduzidas. Pode-se roubar e esconder os frutos do furto que, se não tiverem a sorte de apanhar uma pena suspensa porque coitado, foi a primeira vez que foi apanhado, após um misero número de anos, está cá fora.
Andam pessoas honestas a trabalhar 8 ou mais horas por dia para pagar empréstimos de casas, de carros, a sustentar filhos e a tentar sobreviver até a reforma, até que um dia um marmanjo decidiu roubar. Entra numa casa, as pessoas defendem-se e dão-lhe uma pancada ou um tiro que com azar, ferem gravemente ou matam. Pronto, começa um pesadelo.

Deveria ser completamente legal ter bastões, armas legais, tacos de basebol, ferros, paus, de tudo em todos os cantos da casa e com a plena intenção de os usar caso um intruso entre na nossa casa!

Podem contra argumentar dizendo: E se as pessoas matam de propósito? E se matam um adolescente que ainda nem juízo tem? Etc...
Simples e aplicável para todos os casos, se fosse legal para as pessoas defenderem-se dentro das próprias casas, haveria, mas com toda a certeza, menos assaltantes. Se estes soubessem que existisse uma boa possibilidade de levar um enxerto de porrada, ou mesmo um tiro, e que estariam por própria conta, queria ver quantos eram os que arriscavam. Se existisse alguma duvida de quem de facto é o culpado, nunca poderia ser em favor do assaltante como é hoje, mas sempre em favor das pessoas que foram “invadidas” na propriedade de que são donos.

Claro, uma melhor maneira de lutar contra isto seria aplicar penas mais graves e obrigar os assaltantes a cumprirem as penas até ao fim! Sem penas suspensas e sem reduções de tempo. Assaltaram e foram apanhados? É mandar-los para uma prisão uns bons anos! Que levem no traseiro e que fiquem longe da sociedade honesta.

Mas isto é Portugal… As cadeias estão demasiadas cheias e não há dinheiro para construir mais. Deixam nos sair em liberdade. Não castigam quem deviam castigar, e pior, castigam pessoas que apenas se defenderam e defenderam os seus bens, obtidos com trabalho honesto.

Deixa a questão: Qual o melhor risco? Fazer alguns roubos bem planeados de algum em algum tempo e viver com a plena e total liberdade de uma pessoa que não tem horários de trabalho a cumprir, ou trabalhar 40 e tal anos até a reforma? Pode-se sempre ter a esperança que ao chegar à idade da reforma a mente trabalhe como hoje, porque uma coisa é certa, o corpo já não o faz...

segunda-feira, 20 de março de 2017

Uma vista sobre o Hip-Hop Português

Sempre estive dividido entre falar ou não sobre este tema.
Vou falar, vai doer e vai ser longo.
Vamos falar de Hip-Hop Português.

Valete, Allen Halloween, Dealema, Da Weasel e outros dentro do mesmo estilo, é o estilo de Hip-Hop que sempre gostei de consumir e é o que ouço à mais de uma década. O que mais me atrai nestes artistas é a capacidade destes passarem para os ouvintes o conhecimento e o ambiente sobre o tema que cantam. Temas que abrangem todo o tipo de diferentes realidades que existem no meio deste nosso Povo Português. Desde o submundo ao típico trabalhador Português.
Ouve-se estes artistas e sente-se mentes que são amplas e flexíveis, com capacidade de olharem para além dos círculos sociais onde se encontram. Simplesmente são mentes que nos passam conhecimento. Subtilmente, e o mais importante, é que também indicam como ultrapassar estes obstáculos e mais, promovem a evolução das pessoas, seja moralmente, ambiciosamente ou como desviar dos maus caminhos que, por muitas vezes, muitas pessoas tendem em cair.

Hoje, o tipo de Hip-Hop que é consumido e que tem mais hits no youtube não encaixa nesta ideologia, é algo que desviou da ideologia principal e caiu em drogas, dinheiro, roubos, chibos, traficantes, confusões, etc... Parece realçar tudo o que de mau surge do submundo Português. É verdade que o Hip-Hop sempre foi um movimento muito ligado e com base neste mundo, mas antes as musicas eram sobre como lutar contra estas dificuldades, hoje em dia parece abraçar-las e pior, idolatrar-las.

Hoje Hip-Hop já não é um movimento, despropositadamente é um ataque à moralidade e civismo da juventude da sociedade Portuguesa. É uma tentativa de elevar o submundo português a um patamar de aceitação pela sociedade em geral. Mas se dá dinheiro quem sou eu para julgar? Capitalismo no seu melhor, todos nós acabamos por virar putas de alguém ou algo, seja de uma maneira ou de outra.

Passando para algo em concreto, um exemplo que, com quase 10 milhões de visualizações no youtube (fenomenal para o nosso país), ilustra o que é esperado actualmente pelos consumidores de Hip-Hop em Portugal. E é exactamente isto, bairros, drogas, álcool e arrogância.
Neste caso a musica é feita por Piruka e Mota Jr e chama-se Ca Bu Fla Ma Nau. Dêem uma vista olhos.


Peço desculpa aos autores e aos envolvidos desta obra pelo meu desgosto na mesma, mas já sabem como se diz, quem chega ao topo vai sempre ter críticos, e sou apenas mais um deles. De facto foi a vossa obra que me fez escrever este post. Não só pela obra em si, mas pelo alto nível visualizações. Dai decidir usar a vossa musica e vídeo como exemplo para ilustrar o que penso. Realço que as seguintes criticas não se aplicam apenas a esta obra, mas sim à maioria do mesmo género publicadas Youtube.

Olho para o video-clip e para a letra, e o que me realça é um nível alto de arrogância, de egocentrismo, criminalidade e contradição.

Está visível na letra quando falam como se não quisessem saber dos outros, não interessa o que os outros pensam. Toda a publicidade é publicidade seja boa ou má, desde que o “Piruka fique no nome do povo”.
Eles “...estão na baixada...”, e, “...não precisas de procurar...”, como quem diz, tens problemas anda ter connosco. Mas cuidado, “...não te dês para parvo porque eu te pego em qualquer altura...”. Esta ideologia e mania do lobo alfa é um dos grandes defeitos do ser humano. Será que deveríamos todos voltar à idade neolítica? Assim este tipo de pensamento de macho alfa, ao menos, pode ser que se adeque à situação, e, em vez de comportamento passivo-agressivo de gangsters para vídeo-clips, seria usado de facto para caçar animais com paus e pedras e claro, proteger as donzelas (que ainda tinham barba).

Outra coisa é a subtilidade com que este tipo de vídeo-clips cria pontos de entrada para que uma vida possa perder o seu rumo. Que influência tem este tipo de conteúdo para adolescente dos 11 aos 18 anos? Imagem que um ou dois amigos viram o vídeo-clip, com indivíduos a fumar uns charros, a beberem uns copos e a mostrar dinheiro, e, chegaram a escola e espalharam o vídeo. Será que estes visualizadores estarão numa situação um bocado tremida e podem, com este tipo de influências tender para o lado errado? O simples facto de fumar uns charros pode estragar o lançamento de uma vida, de uma carreira, dores de cabeças para os pais, enfim, possibilidades infinitas. Portanto, este tipo de conteúdos influência, e sempre influenciará a criminalidade, nem que seja na sua forma mais leve que depois pode evoluir para pior. Estas gerações que hoje vêm e consomem esta ideologia serão, num futuro muito próximo, maridos, tios, professores, gestores deste nosso País, etc...

Contradição também não falta, pode ser uma prova da eficácia que as drogas simplesmente queimam neurónios, eles regeneram mas não ao mesmo ritmo que drogas os destroem. Continuando, “Pus as placas na gaveta e comecei a vender frases...”, bonito?, sim claro, não seguir os maus caminhos é claramente a mensagem desejada e, com toda a certeza, foi das melhores decisões a tomar. Mas ao mesmo tempo mostrar droga, álcool e dinheiro à juventude adolescente, não é um bom caminho. Quem tipicamente fuma uns charros todos os dias, mesmo que não passe disso, entra num estado demasiado semelhante ao limbo, não têm energia nem vontade para evoluir na vida, e o mais provável é que nem pensem nisso, fumam uns charros e de um momento para o outro ganham a capacidade de ficarem as próximas horas com a produtividade reduzida a 0, e pior, não pensam na vida, no seu presente e nos seus futuros. Portanto, é de evitar estas contradições, passar mensagens de não seguir maus caminhos ao mesmo tempo que mostram um, não é lógico.

Na defesa do Piruka, o homem tem de facto boa musica e boas rimas, basta olharem para este, ou outros exemplos no youtube.



Voltando ao tema, a diferença, e o que estou a tentar realçar neste post, é que este vídeo quase chega aos 4 milhões, o primeiro num curto espaço de tempo chegou aos 10 milhões.

Deduzo, portanto, que é com este tipo de ideologia que o povo do Hip-Hop português se identifica, 10 milhões de visualizações é mesmo muita coisa. Claro que destes 10 milhões alguns pensam como eu, basta ler alguns dos comentários no vídeo.

Tendo tudo isto em conta, façam o favor de ver a seguinte paródia e comparar com o primeiro video-clip. Foi publicado à 7-8 anos num canal chamado Cara de Cu, e pareceram adivinhar a evolução do Hip-Hop português. Eis o vídeo e é dos intitulados Urban Gorillas, faixa Sábado à noite.


O única razão pela qual introduzo este vídeo aqui, é porque deve parecer (espero eu) estúpido a qualquer pessoa, sejam qual for a inclinação de Hip-Hop que ouçam. E deixem-me dizer que, quando vejo boas produções de vídeos, com boas batidas, e mesmo com boas rimas, se mantiver a ideologia bairrista, pelo menos para mim, continua a ser paródia. Porque de certo modo, e agora posso eu estar a ser arrogante, visto de fora são iguais.

Para acabar porque isto já vai longo.

Eu não estou a atacar um autor, dois ou três. Eu estou apenas a dar uma opinião critica sobre um estilo de musica que está a ganhar cada vez mais adeptos e que parece estar a ganhar uma vertente duvidosa. Quando assim o é, as pessoas que os representam devem ter cuidado, porque apesar de tudo têm alguma responsabilidade devido à possível influência que podem exercer sobre quem os ouve e segue. Eu não venho criticar só porque não gosto, mas por achar que, removendo a subjectividade do assunto, existem de factos algumas vertentes sociais em que é preciso pensar.

Não seria bom que pais pudessem deixar os filhos ir a concertos de Hip-Hop sem pensar que vão ser roubados ou que irão ficar expostos/consumir droga? Ou se calhar nem voto na matéria têm, e isso diz mais do que tudo o que aqui está escrito.

Provavelmente podem atacar-me por estar fazer algum tipo de estereotipo quanto aos artistas de Hip-Hop. Mas a verdade é que só vai doer a quem encaixar a carapuça. Doer, ou pior, vão sentir orgulho por conseguir passar a massagem que são duros, gangsters, yeaa vivo da rua. Pois, para estes últimos deixem que vos diga (porque não seria idiota que chegue se não o fizesse), continuem porque desemprego à muito, e certamente existem melhores pessoas para estes empregos que vós.

O que considero ser bom Hip-Hop? Outro artista que vale a pena ouvir é claro Dillaz. Deixo apenas mais um vídeo e despeço-me.

Até uma próxima vez.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Partido político TBQM (Também Quero Mamar)


Domingo chuvoso, bom para descansar, relaxar, pensar...
Não, esperem, não pensem muito, eu já pensei!

Após profunda introspeção, decidi mudar de atitude, pensar primeiro no próximo, enfim ser altruísta e fazer algo pela sociedade.

Assim, segue um comunicado oficial:
Vou criar um partido político!
Partido político do TBQM

Sinto-me capaz de assumir o mui árduo trabalho de político. Até já estou a ficar cansado só de pensar...
Imaginem o stress:
  • Sentar-me numa daquelas desconfortáveis cadeiras do parlamento 
  • Dedicar-me por completo às complexas tarefas que já me apercebi ali existem. Incluo nesta lista:
  • Vestir fatinho
  • Insultar outros políticos
  • Aceder a redes sociais (como já foi provado ser necessário no parlamento português)
  • Discutir o sexo dos anjos 
  • Se houver tempo e não estivermos cansados, até posso considerar a possibilidade de debater em quantos tostões deve ou pode o ordenado dessa gentinha (mortais plebeus) ser aumentado
Realço desde já a extrema necessidade de dar um aumento aos políticos. Sim porque todos temos contas a pagar e com os salários que em baixo listo, claramente todos passam dias difíceis!
  • Presidente da República - Marcelo Rebelo de Sousa 6523€ (salário) (desconheço se tem “ajudas de custo”)
  • Presidente da Assembleia da República - 5218,4€ (salário) + 2087,36€ (ajudas de custo 
  • Primeiro Ministro - 4892,25€ (salário) + 1956,9€ (mensais ajudas de custo)
  • Vice Primeiros Ministros - 4566,1€ (salário) + 1826,44€ (ajudas de custo)
  • Ministros - 4239,95€ (salário)+1695,98€ (ajudas de custo) 
  • Secretários de Estado - 3913,8€ (salário)+1369,83€ (ajudas de custo) 
  • Deputados - 3261,5€ (salário)+815,38€ (ajudas de custo)
Mais informo que, após um mandato de trabalho, todos os políticos receberão uma reforma vitalícia equivalente ao salário que auferiam no período em funções.
Será criado um grupo de trabalho para estudar a sociedade e determinarem onde podem ser criados tachos para qualquer político, familiares e amigos destes sempre que estes manifestem necessidade de fazer umas horas extra. Pode ser algo que obrigue a uma ou duas reuniões por ano (talvez por skype) e umas assinaturas, mas que nunca ultrapasse as 20 horas anuais porque somos gente poupada e não queremos beneficiar ninguém na nossa sociedade.

E para começar a administração, será promovida a amizade entre políticos, banqueiros, gestores de grandes empresas e todo aquele que possa colaborar de forma a garantir uma sociedade inclusiva.

Por fim, será criada uma comissão de inquérito para verificar se existe algo mais que possa ser cobrada a essa gentinha (denominada de classe trabalhadora) para satisfazer o desejo do excelentíssimo, mui ilustre e sempre esbelto senhor político.

E pronto, com tanto altruísmo estou cansado de tanto pensar!
O presidente do Partido político TBQM (Também Quero Mamar)

Se és Português e tens dinheiro, junta-te a nós e chula o povinho!

domingo, 5 de março de 2017

És importante? hahaha

Ainda não há muito tempo vi-me envolvido numa discussão sobre o nível de importância de uma ou outra profissão. Quais as mais importantes?

Independentemente das mais variadas, e subjectivas, opiniões que as pessoas defendem, a verdade é que esta simples pergunta é um dos melhores exemplos de uma errada ideologia presente na nossa sociedade.

Vamos dar dois exemplos de áreas de trabalho, que são grandes os pilares do mercado de trabalho. Engenharia e Medicina.

Nesta discussão, as pessoas que trabalham em ramos ligados à medicina, defendiam que a medicina é das áreas mais importantes na sociedade, que sem eles a sociedade não era a mesma. As justificações eram óbvias, algo pela linha de: “somos nós que tratamos e salvamos pessoas”.

Bem, suficientemente justo, sim salvam pessoas, mas deixem contradizer (porque pelos vistos eu tenho esta mania). Todos estes argumentos foram quebrados apenas com uma série de perguntas:

“Imaginem que não existiam engenheiros que construissem e fizessem a manutenção das vossas maquinas de diagnósticos ou de análises. Em que nível estaria a medicina?”, resposta: “Dantes não havia e os médicos faziam na mesma”.

“Imaginem que não existiam mecânicos para construir e reparar as viaturas de emergência e/ou aquelas que vos transportam para o local de trabalho?, vinham a cavalo?”. A resposta foi um irónico: “sim”.

Pronto, sigam para o trabalho a cavalo e vão buscar os pacientes a cavalo, tenham é vários que eles podem se cansar. Deus queira que não esteja a chover. E quando chegarem ao hospital, espero que o apalpar e sentir com as mãos chegue para obter os mesmos resultados que as modernas e complexas maquinas de analise e diagnóstico. Quando precisar, mando um pombo correio para o hospital a dizer que preciso de um cavalo ambulância.

Continuando...

Mudando agora para uma perspectiva mais geral, a crescente arrogância das pessoas pela obtenção de títulos, cargos e/ou fortunas, é ridículo. Na sua simplicidade é um dos melhores exemplos da falta de visão geral na natureza do ser Humano.

Uma das teorias ensinadas, por várias gerações, nas escolas é a Teoria de Darwin. Para os mais esquecidos, e muito resumidamente, esta teoria defende que a evolução de uma espécie depende da habilidade de competir, de sobreviver e de se reproduzir. Dando ênfase ao competir, diz-nos que apenas os mais fortes ficam e evoluem, os mais fracos morrem e ficam para trás.

Agora deixem-me que vos apresente uma outra teoria, vinda e derivada dos mundos das filosofias quânticas. Imaginem que a evolução de uma espécies não depende da habilidade de competir, de sobreviver e de se reproduzir, mas sim pela existência da habilidade de apoiar os semelhantes da mesma espécie e, claro, de sobreviver e de se reproduzir.

O que define a capacidade de uma espécie se manter viva não é a capacidade de competição entre seres da mesma espécie, mas sim a de se apoiarem uns aos outros contra as dificuldades em comum! Isto sim, parece uma espécie que irá ficar por uns bons milhares de anos!

Voltando ao tema deste texto, e fechando o “ângulo”, o principal mal do ser humano é pois pensar que é mais ou menos importante numa sociedade(espécie), consoante o seu tipo de trabalho e/ou o estatuto. Isto faz com que existam comparações e em vez de apoio e evolução como espécie, não, cultivamos a inveja, a ganância, a mentira e todos os restantes maus que advêm de uma competição cega e maligna.

Tudo o que de bom existe neste mundo não advém da competição, mas sim da cooperação entre pessoas de diferentes áreas de estudo. A interligação e a partilha do conhecimento é o que nos providenciou as maravilhas das tecnologias de hoje. Basta olharem para qualquer área de trabalho complexa e analisarem as ferramentas que se usa e pensem: “Quantas diferentes áreas de estudo estão contidas nesta ferramenta?”.

A todos vós que assim o são, apenas digo: Gostava de dos ver sem as casas onde vivem, sem os saneamentos que vos escoa a merda (sim, porque são iguais aos outros), as estradas por onde conduzem, hipermercados onde fazem as vossas compras, policia e etc. Imaginem que as pessoas que permitiram e/ou permitem que existam essas comodidades, simplesmente desaparecem. Pois é, vivem depois em casas de palha, cagam atrás de um árvore, comem o que arranjarem, e sem policia o que acontece? pode ser que sejam enrabichados por pessoas de pilas de metro e meio.

Um bom resto de fim de semana.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O Trump quer os Açores!

Para os menos atentos, recentemente houve eleições presidenciais e o alegado eleito foi um tal de Donald, não o famoso e muito querido Pato Donald, mas sim um repugnável Trump!

Até agora a atitude ignóbil deste senhor Trump, se não fosse tão dramático, quase que dava para rir pelo quão ridículo se consegue ser.

Mas agora, espere lá senhor Trump, não pense que vem para cá mandar!

Em bom Português, oh menino, põe-te a pau ou ainda te tiram a tosse com um chá de urtigas mal fervidas!

Pois é, sou Português e estou indignado com uma notícia de que este fulaninho Donald Trump, reivindica a Ilha Terceira por usucapião.

Em declarações à CNN, Trump afirma “…todo o investimento realizado durante décadas pelos americanos na base aérea e espaço envolvente e o não cumprimento das regras básicas de manutenção da ilha por parte de Portugal dá aos EUA o direito à posse do território por usucapião.”

Caros amigos americanos, por acaso não o querem mandar numa missão a Marte ou o raio que o leve para bem longe?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Misofonia

O que é isso de Misofonia?


Será algo relacionado com o ingrediente tradicional da culinária japonesa miso + algo relacionado com som?
Talvez uma sinfonia em homenagem ao dito miso?!

Não!

Segundo a Wikipedia, misofonia é o nome popular da Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som (SSSS ou S4). Trata-se de um distúrbio que causa intolerância a pequenos barulhos. Para pessoas que sofrem dessa intolerância quase patológica, sons normais do dia-a-dia como buzinas, barulhos de carros, músicas, pessoas conversando ou mastigando acabam causando irritabilidade, raiva e pânico.

Ora, claramente sofro desta síndrome. Sim porque me irrita profundamente o ruído que algumas pessoas fazem quando mastigam com a boca aberta. E quando falam com a boca cheia também!

Acredito que muitas das pessoas que produzem estes ruídos nunca aprenderam  melhor forma de comer, mas parece-me por demais lógico que partilhar a vista do que se passa dentro da boca enquanto se mastiga, não é muito agradável!

Até hoje, eu pensava que estas pessoas tinham falta de boas maneiras e talvez mesmo uma educação algo deficiente. Mas não!

Afinal eu é que aparentemente sofro desta síndrome. E pode mesmo dizer-se que sofro. Mas não por ser intolerante a determinados sons. Sofro por não gostar particularmente do ruído que mastigar com a boca aberta produz, e a razão é muito simples. Estes ruídos funcionam como megafones com a mensagem “ESTOU A MASTIGAR COM A BOCA ABERTA, OLHA PARA MIM PARA VERES COMO É NOJENTO”.

Para criar uma analogia simpática para com estes sons, poderia invocar as mensagens que, em tempo de eleições autárquicas, ouvimos algumas carrinhas velhas difundir com um megafone rouco.


Tudo seria mais fácil se todos conseguisse-mos comer como gente civilizada!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Ei Mano.. Ó Mano o c*ralho!

Irritado. Mentalmente bloqueado. E a mandar vir comigo próprio. É assim que fico.
Mas que raio de mania que este povo tem de tratar as pessoas que à pouco conhecem por: "mano".

"Ó mano, apanhei um trânsito para chegar cá..".
"Ó mano, que temporal ontem..".
"Ó mano, ..."
"Ó mano, ..."
"Ó mano, ..."

Ainda por cima estes gajos têm a mania de fazer uma pausa e de depois não dizerem nada de decente, é mais ou menos isto que acontece:

Ele: "Ó mano, ".
Penso: "Ó mano? só me faltava esta".
Ele: "".
Penso: "mas vais falar hoje?".
Ele: "O parque de estacionamento hoje estava cheio.".
Penso: "Boa".

Mas há mais, "Bro", "enois", "noitedapesada", "famíliadarua".

Mas que raio de cultura.

Não querendo criar estereótipos através duma (ou outra) expressão, mas sempre que conheci gentes que utiliza estas expressões, é gente que está (ou esteve) parada no tempo. É gente que tipicamente vem de meios em que a droga é uma constante e as conversas são, orgulhosamente, sobre acontecimentos do submundo da sociedade, em que possam ou não estarem envolvidos.

Para ser justo, digo com toda a certeza, que existe boa gente que não se encaixa neste perfil, apesar de utilizarem a expressão e de serem desse meio, têm outro tipo de educação, só tiveram foi este tipo de companhias, vivem como eles mas não são "verdadeiros", como eles dizem. Mas é isto que os faz detentores de uma bagagem cultural que me irrita profundamente. E são estes que por vezes aparecem em meios mais normais.

Olhem a vossa volta, vejam o meio onde estão envolvidos e aprendam que falar nem sempre é bom, e não faz mal ficar em silêncio. Analisar se estas expressões encaixam no meio ou não é algo que pode decidir o sucesso da inserção naquele meio social ou não.

Verdade ou não. Correcto a 100% ou não, não me interessa. Eu só gostava que não me tratassem por mano, e que quando fossem a falar, falassem diretamente e duma vez. E sinceramente, não me interessa saber dos teus amigos da pesada e hardcore. Atura-os tu, já tive a minha dose.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Fazemos as 40 que nos f*demos!


Expliquem-me como se fosse muito burro.

Por mais que pense, por mais que pesquise, ou por mais que pergunte, ninguém me sabe dar uma explicação plausível.

Há coisas, cá por este Portugal, que ainda se podem explicar por corrupção, cunhas, amigos, tachos, etc... Mas há coisas que não percebo. E aviso já para não virem dar exemplos de outros países, vira o disco toca o mesmo.

E é o seguinte. Mas porque raio é que uns fazem 35 horas de trabalho e outros fazem 40? E qual é raio da diferença que justifique o facto do valor do ordenado mínimo ser aplicado para ambos?

Não me interessa filosofias políticas, nem o que os nossos políticos fazem no parlamento. Desde a primeira vez que os vi em directo que nunca mais me esqueço o meu primeiro pensamento, "Mas que cambada, falam, discutem, não dizem nada, acusam e apontam dedos, chegam ao fim e não passam de macacos a atirarem bananas uns aos outros.", já passaram 10 anos e continuo a pensar o mesmo.


O que me interessa qual a razão para fazer com que Portugueses do sector publico sejam beneficiados pelas 35 horas semanais contra as 40 horas semanais dos privados.

Não quero as justificações que parlamentos e governos utilizaram para conseguirem aplicar essas mesmas alterações. 

Isto é simples.

Se existem benefícios pelas 35 horas semanais, com certeza que existiriam para o privado também? Se for ao contrário, e existirem benefícios nas 40 horas semanais, ora bem não seria boa ideia aplicar a mesma filosofia ao sector publico?

Negócios são negócios, e não vejo nenhuma razão plausível para não serem aplicados os mesmos horários para ambos os sectores. Vantagens e desvantagens têm que ser válidas para AMBOS!

A verdade é que continuamos a trabalhar as 40 que nos f*demos!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Trabalhar 30 Minutos a mais..

Não sei se noutros países é assim, mas em Portugal acontece. Parece existir uma ideologia em geral que é aceite tanto pelos empregadores como pelos empregados. Que estes têm o dever de ficar até mais tarde no trabalho caso exista um aperto em prazos de entrega de um produto ou de funcionamento de um serviço. O erro é que é sem pagamentos de horas extra-ordinárias ou sem acumulação de horas para bancos de horas. Simplesmente têm que ficar.

Passei por isso pela primeira vez à alguns anos atrás, num dos meus primeiros empregos, num Intermarché. Trabalhava como operário de bomba, que abria às 9 da manhã e fechava às 10 da noite. Variando os turnos, alguém abria ou fechava a bomba. 
Segundo o meu contrato de trabalho, eu iria fazer 8 horas de trabalho por dia, pelas quais era devidamente pago, e, ou entrava as 9 da manhã e fazia o turno da manhã, ou saia as 10 da noite e fazia o turno da tarde. Assim fiz. Cumprindo o contrato e o meu horário de trabalho. Rapidamente fui chamado pelos supervisores. Fizeram questão de me avisar que eu não entrava às 9 da manhã, mas sim ter a bomba aberta ao publico e em funcionamento às 9 da manhã. Para isto ser possível significaria que teria de entrar ao serviço, no mínimo, 30 minutos mais cedo. Era preciso contar os litros dentro dos tanques, ligar tudo, limpar, etc.. 
Então perguntei : "Mas isso está fora do meu horário de trabalho, se entrar mais cedo saio mais cedo? Pagam-me esse período extra?, Como funciona?", claro, a resposta foi: "Não, tens que entrar mais cedo, sair às horas normais, e recebes o normal.".
Resumidamente, disse que não, que iria seguir o contrato e continuei a entrar as 9 e deixava os clientes à espera que a bomba estivesse pronta, ou começava a fechar tudo antes das 10, para sair as 10.
Resultado: Despedido no fim do contrato.

Agora noutra área, com classificações e estudos, a ideologia permanece. Felizmente onde me encontro empregado, não tenho razão de queixa, saio mais tarde às vezes, mas se precisar de faltar, sair ou alterar as horas não há problema. Mas não era assim no anterior emprego. Toda a gente da área com quem falo queixa-se da mesma coisa.

Por lei, é ilegal fazer o que estes empregadores fazem, e a única maneira conseguir quebrar o ciclo é se toda a gente fizesse o que eu fiz e dissesse que não! Existem contratos de trabalho para alguma coisa. A parte mais irónica é que se uma pessoa faltar ou sair mais cedo, é visto como mau trabalhador, mas se sair mais tarde e não receber os seus direitos, ninguém diz nada. É como se fosse o nosso dever.

Mais difícil se torna de gerir quando os que querem evoluir na carreira ficam até mais tarde de nunca tentativa de se destacar, ou daqueles que acham que têm o dever de ficar só porque existe trabalho a mais. É aqui que se torna, ao empregador, possível as comparações e justificar coisas que não deveriam ser justificadas.

Vejamos este simples exemplo financeiramente

Se um empregado der 30 minutos a mais por dia, são:
  • Por semana: 2.5 horas a mais.
  • Por mês: 10 horas a mais.
  • Por ano: 120 horas a mais.
Um mês de trabalho, a fazer 8 horas por dia, soma um total de 160 horas mês.
Se receber o ordenado mínimo, de 557 neste momento, dá um total de +/- 3.48€ por hora. 

As 120 horas extras totalizam +/- 417.60€ que deveriam receber.

Aplicamos isto a uma empresa com 30 empregados, como era mais ou menos o número de empregados do Intermarché onde trabalhei, e dá por ano, sem pagar nem a empregados e livre de imposto, um total de  +/- 12.500€. Valor que a empresa não tem que pagar, logo poupa.

Anualmente, um empregado que receba o ordenado mínimo, recebe 12 ordenados e 2 subsídios. Isto dá +/- 7800€ anuais.

Estes 12.500€ chegam para empregar mais uma pessoa, reduzindo o desemprego, e deixando as pessoas fazer o horário que é suposto fazer. Ao mesmo tempo, em vez 30 empregados ao longo de um ano, têm 31. O que dá à empresa um total de 1920 horas a mais de mão de obra durante um ano!

Portanto continuem a dar horas sem grande oposição e depois perguntem-se como é que o dinheiro fica sempre para os mais ricos, e o desemprego continua.

(Obviamente o isto não é a solução para o desemprego. Mas em teoria, ajuda.)

Sonha Sonha, vais longe

Programador e cheio de ideias, durante a universidade o sonho quase parecia palpável. Apenas seria preciso horas de trabalho e seria fácil programar um site que vendesse serviços, produtos, qualquer coisa. Apesar de tudo não era preciso investimento monetário, apenas pessoal. Programar até finalizar o que quer que fosse a ideia, publicitar, dar o NIB, está feito!

A verdade é que existe tanta concorrência no mercado que se torna impossível para que um recém licenciado consiga competir. Desde sites de seguranças privados, que fazem cobranças à pancada, até à mais complexa das previsões financeiras e/ou sistemas de gestão de negócio, existe tudo! Um sonhador apenas tem alguma hipótese tendo uma ideia tão, mas tão genial, que estará condenado ao sucesso ou, será sempre preciso anos e anos de experiência. Aprender a área e suas manhas para conseguir sequer competir com a concorrência.

A ilusão quebra-se a a realidade mostra-se.

Preparem-se meus amigos estudantes e recém licenciados, preparem-se, sem grandes opções, a única restante é entrar para o mercado de trabalho, no qual lidera a prostituição em estágios com baixos ordenados, sem subsídios de férias ou natal, sem férias, e sem direito a fundo de desemprego quando vierem para a rua no fim do estágio. Preparem-se para serem explorados a contratos de 1 a 6 meses até que tempo limite de obrigatoriedade de passagem para os quadros de efetivos chegar, com sorte chega e, despedem-vos e empregam novamente passado um mês.

Mas nem tudo é mau, podem sempre sair de casa dos papás aos 29 anos, apesar de tudo, a média europeia é 26, pouca diferença não é?

Enfim, que País.